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Tratamentos com testosterona: mitos e perspectivas futuras, por Abraham Morgentaler, médico pesquisador de Harvard

Um dos principais nomes mundiais dos estudos sobre testosterona, o médico urologista e pesquisador da Universidade de Harvard, Abraham Morgentaler, falou aos profissionais presentes no 1º Congresso Brasileiro de Hormonologia sobre a posologia e as vias de tratamento com testosterona. Em sua palestra, no início da tarde desta sexta-feira (01), ele destacou os critérios utilizados pelos médicos para definir a forma de tratamento mais adequada, a fim de melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Entre os pontos destacados por ele, está a importância de se medir a testosterona livre dos homens, o que muitas vezes é desprezado pelos médicos. “Em muitos casos que chegam ao consultório, de pacientes com sinais de deficiência hormonal, o nível de testosterona total está dentro dos padrões normais, mas quando olhamos para esta fração específica descobrimos que há carência de testosterona livre, o que geralmente é a causa dos sintomas e, na minha avaliação, é mais importante do que a testosterona total”, explicou Morgentaler.

Para o médico todo o tratamento terapêutico com reposição de testosterona deve se basear em uma simples pergunta: como o paciente está se sentindo? Ou seja, para cada caso, o médico deverá oferecer o tratamento mais adequado, buscando um atendimento personalizado, que atenda às diferentes peculiaridades.

Ele explicou que não existe uma indicação padrão de quanto deve ser reposto de testosterona e que a posologia deve ser feita de acordo com a resposta do organismo. “Não há uma quantidade baseada em evidências, tudo vai depender de o paciente responde e de que forma os sintomas estão sendo minimizados ao longo do tratamento”, destacou Morgentaler.

Outro ponto abordado pelo pesquisador durante a palestra foi sobre a prescrição do tratamento hormonal para homens com idade mais avançada. Segundo estudos citados por ele, há uma redução significativa dos sintomas e, consequentemente, uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes que se submeteram à terapia com testosterona após os 90 anos.

De acordo com Morgentaler, os médicos devem oferecer as diferentes formas de tratamento para que o paciente escolha qual se adapta melhor à sua rotina. Atualmente, a testosterona é comercializada nas apresentações injetável, tópica e via implantes.

Em relação aos implantes subdérmicos (pellets) especificamente, ele apresentou dados de sua experiência profissional que demonstram a segurança e eficácia deste tipo de tratamento:

  • 281 implantes em 168 homens;
  • 0,8% de extrusão de pellets; 
  • 1,2% infecção;
  • 0,9% de hematomas (todos resolvidos);
  • nenhum caso de pedido para retirada do pellet;
  • sem interrupção de anticoagulantes para o procedimento.

De acordo com os dados, houve uma melhora nos sintomas entre 3 e 6 meses de tratamento, sendo que em alguns casos os resultados totais foram alcançados após mais de 12 meses de terapia.

Abraham Morgentaler foi o convidado especial do evento e também ministrou a palestra de abertura, na qual fez um resgate históricos dos estudos científicos em relação ao uso da testosterona. Na ocasião ele foi homenageado como título de membro honorário da Associação Brasileira de Hormonologia (ASBRAH).

Uma de suas pesquisas mais recentes concluiu que a normalização deste hormônio em homens reduz a incidência de infarto do miocárdio e de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e contribui para a redução da mortalidade de uma forma geral.

O 1º Congresso Brasileiro de Hormonologia é uma iniciativa da ASBRAH e reuniu nos dias 1 e 2 de dezembro, em Curitiba, mais de mil médicos de todo o Brasil.

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